Como a PEC Emergencial pode afetar seus precatórios

Entre as propostas da nova Proposta de Emenda à Constituição 186/2019 – a chamada PEC Emergencial – está a desobrigação do governo federal de ajudar, por meio de uma linha de financiamento, os estados e municípios a quitarem seus precatórios. Na prática, por causa desse mecanismo, os prazos para pagamento dessas dívidas podem ser estendidos por mais 5 anos.

Ao revogar dispositivo da emenda constitucional de 2017 que criou tais linhas de crédito, a notícia gera insegurança jurídica e atinge os detentores de precatórios, que veem aumentar a incerteza quanto ao prazo de recebimento. 

 

O que muda com a PEC Emergencial

O texto original estabelecia que governadores e prefeitos precisavam quitar um estoque de R$104 bilhões de dívidas até 2024. No novo texto, incluído pelo relator da PEC, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), o prazo foi ampliado para 31 de dezembro de 2029. Mas mesmo antes da PEC a determinação não era cumprida, pela falta de regulamentação e da indisposição da União de arcar com os custos. O governo afirma não ter condições, sob o argumento de aumento de despesas federais diante da pandemia da Covid-19.

Os governadores e prefeitos, pelo outro lado, afirmam não terem como honrar seus precatórios sem o crédito federal. Eles insistem na necessidade do financiamento e propõem como garantia recursos do FPM e FPE (fundos de repasses de recursos da União para estados e municípios). Segundo o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Glademir Aroldi, “os municípios devem cerca de R$ 40 bilhões em precatórios. Não vamos conseguir cumprir esse prazo de 2024 sem o suporte financeiro. Nesse momento, parece-nos importante quitar esses precatórios até para ajudar na retomada da atividade econômica. É dinheiro que circula”, afirmou.

Tenho precatórios a receber. O que muda?

O Ministério da Economia tem como pauta principal para os próximos anos o ajuste fiscal e cumprimento do teto de gastos. Demonstra não considerar como prioridade dívidas de precatórios, por mais que isso possa representar prejuízo à credibilidade. E os credores da União também podem sofrer consequências, mesmo que a PEC trate apenas de dívidas estaduais e municipais. Se não há interesse do governo federal em dividir recursos com os entes estaduais e municipais para quitar suas dívidas – e eles dependem desses recursos -, é provável que tal tratamento seja dado para seus próprios precatórios, a pretexto de atender outras prioridades.

No momento, o governo federal e o Congresso ainda não chegaram a um acordo sobre a origem de recursos para o auxílio emergencial, considerado o programa mais importante da PEC Emergencial.

 

O que é hedge cambial?

O termo hedge se refere a uma operação de proteção nos investimentos. Ele é muito utilizado por investidores que querem ter mais segurança, por exemplo, diante de quedas em preços de ativos, taxas ou índices.

Moedas também são um fator que levantam a necessidade de se proteger. Afinal, a variação no câmbio pode trazer muita insegurança e perdas na carteira de investimentos. Daí, a relevância do hedge cambial, relacionado às oscilações de moedas estrangeiras.

Para empresas, o hedge cambial é uma forma de buscar mais estabilidade diante de um mercado de câmbio que está sempre oscilando e pode levar a uma desvalorização intensa do Real em relação a moedas internacionais.

Empresas que realizam negócios no exterior ficam muito expostas a riscos. Se a cotação do Dólar subir, por exemplo, os custos delas ficarão mais caros, já que será preciso desembolsar mais dinheiro para arcar com as responsabilidades que têm com outros países.

Por isso, entender o que é e como o hedge cambial pode ser útil a estes negócios se torna fundamental.

 

Como o hedge cambial para empresas funciona?

O hedge cambial pode ser feito de diversas formas no mercado financeiro. Existem várias opções e cabe a cada empresa entender a que melhor se adéqua às necessidades que apresenta. De modo geral, o funcionamento consiste em se expor a operações com Dólar.

Assim, a empresa mantém uma parte do capital protegido contra variações intensas, já que ter investimentos em Dólar protegeria o montante contra as perdas causadas pela desvalorização do Real. Logo, é possível estabilizar o patrimônio e ter melhores condições de pagar suas obrigações.

O hedge cambial feito por uma empresa precisa ser planejado. Isto é, é necessário entender qual é o objetivo da operação, qual seria o prazo dela e qual montante de capital é preciso investir com esse intuito.

Uma das formas de negociar com moedas no mercado financeiro é adquirindo o ativo em si. Mas as operações de hedge cambial são variadas e apresentam possibilidades mais interessantes para as empresas que precisam da proteção contra a variação do câmbio. 

Por exemplo:

  • Contrato a termo de moeda ou NDF;
  • Contratos futuros de dólar;
  • Contrato de opções sobre taxa de câmbio.

 

Quais as vantagens para empresas?

Em muitos negócios, o hedge cambial é indispensável para manter a saúde financeira e permitir que as negociações internacionais continuem acontecendo. 

Então, se você deseja estabilidade e busca manter boa margem de lucro para sua empresa, confira as vantagens que o hedge cambial pode trazer para o seu negócio:

Proteção contra oscilações do Dólar

O principal motivo para realizar o hedge cambial, sem dúvida, é estar mais seguro diante de possíveis oscilações do Dólar. Sabemos que o Real vem de um histórico de desvalorização nos últimos anos.

Com isso, pessoas ou empresas que tenham compromissos no exterior veem seus gastos ficarem cada vez mais caros. Uma viagem para os Estados Unidos, por exemplo, custa mais para um brasileiro do que custava há alguns anos — assim como os produtos importados de lá.

Se as empresas não se protegem com o hedge cambial, organizar o financeiro pode ficar muito difícil com o passar do tempo. Afinal, os custos aumentam não pela evolução natural dos preços, mas pela oscilação do câmbio – tornando quase impossível manter o mesmo nível de investimento para um determinado objetivo.

Promoção de maior estabilidade

É muito complexo planejar financeiramente um negócio que depende da cotação do Dólar ou de outras moedas para realizar suas operações financeiras. Afinal, como ter estabilidade se os seus custos podem ser um valor hoje e outro maior no mês seguinte?

Para manter as importações e outros relacionamentos internacionais vale a pena considerar o hedge cambial para empresas. Assim, é possível contar com condições menos voláteis em relação à cotação da moeda para organizar seu negócio no futuro.

Manutenção da capacidade de pagamento

A dependência do câmbio traz uma dificuldade ligada aos pagamentos da empresa: quando os custos feitos hoje envolvem uma data de pagamento futura você não sabe exatamente qual será o câmbio no dia combinado.

Essa característica, se for mal gerida, pode trazer inúmeros problemas e prejuízos para a empresa — corroendo sua capacidade de pagamento no longo prazo. Logo, o hedge cambial é essencial para manter o fluxo de caixa equilibrado.

Segurança em momentos de crise

Se operações de hedge com moedas já são importantes no dia a dia, em períodos de crise elas se tornam ainda mais necessárias. Sabemos que costuma haver, por exemplo, uma correlação negativa do Dólar com a bolsa de valores.

Ou seja, quando a economia brasileira enfrenta problemas, a cotação do Dólar costuma aumentar. As oscilações bruscas são um perigo para empresas com relações internacionais. Então, em momentos de crise ou tensão você depende do hedge para controlar a alta volatilidade.

Vale a pena, portanto, planejar com cuidado o hedge cambial da sua empresa. Como você viu, ele traz diversas vantagens importantes para a manutenção dos negócios e ampliação da sua margem de lucro ao longo do tempo.

Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Não se preocupe! Entre em contato com a Schutzmann que lhe ajudaremos a entender melhor as oportunidades em hedge cambial para sua empresa!

Quer saber mais? Fale conosco.

Deixe seus dados e um de nossos assessores entrará em contato.